RIO — Crianças e adolescentes estão sem frequentar escolas há mais de três meses. De repente, tiveram que se adaptar às aulas remotas, perderam o contato com os amigos e avós e passaram a temer a morte.
Todos esses fatores mexeram com a saúde mental dos mais jovens. De acordo com Roberto Santoro, psiquiatra, psicanalista e chefe do serviço de saúde mental do Hospital Jesus, em Vila Isabel, é preciso que os pais e responsáveis procurem um especialista ao perceberem transformações de comportamento:
— Devido à pandemia, houve um aumento grande de crianças e adolescentes com quadros de insônia, angústia, medo, perda ou excesso de apetite. Nos casos de depressão, os sintomas mais comuns são irritabilidade, agressividade e desânimo.
Coordenador de saúde mental da Sociedade Brasileira de Pediatra e membro da Sociedade Psicanalítica do Rio, Santoro alerta que se deve conversar sobre as mudanças na rotina após o retorno às aulas.
— É preciso esclarecer que a vida vai ser retomada com modificações. Essa volta também vai exigir uma capacidade de adaptação a uma nova realidade, até porque já estamos desacostumados com a vida de antes da pandemia. A boa notícia é que os mais jovens lidam bem com mudanças — diz Santoro.
Por Regiane Jesus
Fonte: O Globo.
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