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Diagnóstico precoce amplia mais de 80% chance de cura do câncer infantil
Publicada em 23/11/2020


 

O avanço no tratamento do câncer infantil nas últimas décadas permite que mais de 84% das crianças diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados aumentem significativamente as chances de cura. O dado da Sociedade Americana do Câncer faz aumentar, neste 23 de novembro [Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil], o alerta de especialistas para a realização do diagnóstico precoce, a tempo de mitigar a letalidade doença.

Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020-2022 o Brasil deverá registrar 8.460 novos casos de câncer infantojuvenil, que, entre outras morbidades, é a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Para a Bahia são esperados cerca de 440 casos novos por ano nesse mesmo triênio.

Entre os fatores que contribuem para o diagnóstico tardio estão a dificuldade de acesso à saúde e a falta de preparo dos profissionais de saúde para o diagnóstico de câncer, já que diversos sinais e sintomas se parecem com os de doenças próprias da infância, destaca o pediatra e oncologista pediátrico José Henrique Barreto, coordenador Científico da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) e secretário do Departamento de Oncologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Algumas crianças enfrentam verdadeira ‘via crucis’ para chegar a um centro especializado de diagnóstico e tratamento, pois são vistos em postos de saúde por diferentes médicos a cada dia que vão à unidade básica de saúde. São atendidas por médicos não pediatras e demoram para ter acesso aos exames”, lamenta.

O oncologista José Henrique reforça que os agentes de saúde deveriam ser treinados a reconhecer os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil e reportar eventuais suspeitas a uma unidade básica de saúde para avaliação de um pediatra e, havendo indicativo forte, haver encaminhamento a um centro especializado.

“Os médicos têm que realizar cursos de educação continuada para poder diagnosticar o câncer infantojuvenil com mais propriedade. Só diagnostica câncer, quem pensa que ele existe”, reitera José Henrique, que também é 2° vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope)

O câncer infantil é considerado raro, se comparado ao câncer do adulto, e corresponde entre 2% e 3% de todos os tumores malignos. Em termos de frequência, as leucemias representam 25% de todos os cânceres infantojuvenis, seguido dos tumores do sistema nervoso central e linfomas.

Diferentemente do câncer do adulto, salienta o especialista, praticamente não há fatores de risco específicos como causadores do câncer infantil porque não há tempo suficiente de exposição aos agentes cancerígenos para que a doença ocorra. Por outro lado, há relato de associação do câncer infantojuvenil com radiações ionizantes e alguns vírus oncogênicos, como o vírus da hepatite B e vírus de Epstein Barr (EBV).

Pandemia

Para o oncologista pediátrico ainda não se pode afirmar se houve retardo no diagnóstico em função da pandemia, quando as famílias ficaram em casa cumprindo isolamento social. Porém, ele observa que criou-se uma percepção equivocada de “que todas as doenças desapareceram e a única em evidência era a Covid-19”.

“Muitas pessoas deixaram de procurar serviços de saúde para avaliação de sintomas de outras doenças não Covid, dado à ideia de que se fossem a uma unidade de saúde poderiam pegar o coronavírus e evoluir de forma desfavorável”, pontua José Henrique, ao destacar que os hospitais criaram fluxos especiais para atendimento de pessoas com suspeita de infecção do novo vírus separadamente dos portadores de outras doenças, com medidas de proteção (uso de máscara, distanciamento social, lavagem frequentes das mãos, uso do álcool em gel) para minimizar o contágio.

“O sistema de saúde deve estar preparado para atender todo paciente, principalmente aqueles com suspeita de câncer. Exames complementares de sangue e de imagem devem ser realizados com brevidade, mas essa não é a realidade do Brasil, onde municípios do interior dos estados têm dificuldade de atender de forma satisfatória e até mesmo de encaminhar paciente aos centros maiores e mais especializados”, constata. Quanto mais rápido o paciente for encaminhado a um centro especializado de câncer, mais rápido será feito o diagnóstico e o tratamento iniciará com brevidade, aumentando as chances de cura.

Ele ainda sustenta a necessidade de o Sistema Único de Saúde oferecer exames de imagens mais sofisticados, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET-CT, exames genéticos que ajudariam a diagnosticar e guiar o tratamento da criança e adolescente com câncer. E paralelamente prover medicamentos mais modernos, a exemplo de anticorpos monoclonais e imunoterapia, para aumentar as chances de cura dos pacientes.

 
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