A Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) celebrou o início da vacinação contra o novo coronavírus em Salvador e em outras cidades da Bahia, nesta terça-feira (19). A imunização é inicialmente voltada para idosos e profissionais de saúde que estão no enfrentamento à pandemia, e não revoga as conhecidas medidas protetivas contra a Covid-19.

Vivian Botelho Lorenzo, 39 anos, foi a primeira pediatra a receber a vacina contra a Covid-19 em Salvador, no Instituto Couto Maia (Icom). Na linha de frente do combate à pandemia desde o início, a intensivista pediatra disse que é “de total esperança” a sensação após tomar a primeira dose da CoronaVac.

“Este é um grande passo diante do enorme desafio que ainda temos pela frente para vencer a pandemia. É preciso que todas as pessoas sigam com as precauções, usando máscara, higienizando as mãos e mantendo o distanciamento social”, disse a pediatra, emocionada, e assegurando que a aplicação é bem leve e não dói.

Atuando na pediatria do Icom e do Hospital do Subúrbio, a intensivista diz que não foi infectada, mas acompanhou de perto inúmeros casos de crianças, adolescentes e colegas que tiveram a Covid-19. Agora, a médica aguarda a segunda dose, já marcada para 16 de fevereiro também no Couto Maia, e reforça a torcida pela chegada à Bahia das novas remessas da vacina.

Avanço da ciência

"A chegada das vacinas contra o novo coronavírus é um grande avanço para a ciência e para a população em geral. Isso vai dar um pouco mais de segurança. Mas como tudo ainda é muito novo, a manutenção das três coisas principais: a lavagem das mãos, a utilização das máscaras e o distanciamento social ainda serão necessários até que tenhamos uma segurança maior", destaca a presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez.

Desde o início da pandemia, a Sobape reforçou em todos os seus canais de comunicação uma forte campanha de conscientização para que as famílias se protegessem contra o vírus, garantindo conforto e segurança a crianças e adolescentes, recomendando o uso da máscara a partir dos dois anos de idade.

“A faixa etária pediátrica ainda não está contemplada, mas acreditamos que paulatinamente haverá estudos disponíveis e o grupo progressivamente será também incluso”, pontua a infectopediatra e especialista em vacinas e medicina de viagem, Anne Galastri.

Ela salienta que nesse primeiro momento a imunização aos demais grupos ajuda a reduzir a carga da doença, sobretudo para frear o número de mortes.

“Em um ano temos uma vacina segura e eficaz disponível à população. Isso mostra uma grande vitória da ciência. Esperamos que com a vacinação dos grupos de risco, haja uma redução importante na carga da doença, ou seja, reduções de internações, pacientes com seqüelas e mortes por Covid-19”.