A Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) defende que mães lactantes com filhos até 2 anos de idade sejam incluídas no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19. Atualmente, apenas mães com bebês de até 12 meses estão sendo imunizadas na Bahia. O pleito da Sobape leva em conta a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que o aleitamento materno ocorra por dois anos ou mais, se assim mãe e bebês desejarem.

“A decisão de vacinar as lactantes é muito acertada e traz um duplo benefício para as mães e para os bebês. Já existem trabalhos científicos comprovando a passagem de anticorpos contra a Covid-19 através de leite materno”, destaca a presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez.

O apelo da Sobape para ampliação da imunização acontece no bojo das celebrações pelo Dia Mundial de Doação de Leite Materno (19) e Dia Mundial de Proteção do Aleitamento Materno (21) e que se estendem pelo mês de maio, com o marco dos 40 anos do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno.

“O Código vem ajudando a mudar os indicadores de aleitamento, estimulando mulheres à prática alimentar e afetiva que a amamentação proporciona”, reforça Dolores Fernandez.

Vacinação de gestantes

Na Bahia, a vacinação de mulheres grávidas também já mostrou eficácia. Nasceu em Salvador, na última sexta-feira (21), o primeiro recém-nascido baiano com anticorpos contra a Covid-19, conforme demonstrou o teste de sorologia do Laboratório Central da Bahia (Lacen-BA).

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o imunizante conseguiu transferir a memória imunológica de longo prazo (IgG) da mãe para o bebê.

A mãe Patrícia Marques, que é médica obstetra, recebeu a primeira dose da vacina Oxford AstraZeneca em 4 de fevereiro e a segunda dose em 5 de maio, dezesseis dias antes do parto.