Lembrada mundialmente nesta quinta-feira (8) a Fibrose Cística, doença de caráter genético e que acomete vários órgãos, pode ter efeitos minimizados quando identificada e tratada de forma precoce.

De acordo com a professor adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Unversidade Federal da Bahia (Ufba), Regina Terse, o diagnóstico da Fibrose Cística pela triagem neonatal já é uma realidade na Bahia.

“A abordagem nutricional destas crianças precocemente permite que estas não evoluam para desnutrição e assim com piora da sua função pulmonar - esta será o principal determinante para seu maior adoecimento e morte. A detecção da inflamação e infecção pulmonar precocemente contribuirão para um melhor manejo das bronquiectasias, cujo aparecimento tem uma relação direta com maior morbimortalidade”, explica.

Em Salvador, os centros de referência para diagnóstico, através do teste do suor, e tratamento de Fibrose Cística funcionam no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hospital das Clínicas) e no Hospital Especializado Octávio Mangabeira.

Apesar de ter predominância entre indivíduos de raça branca, visto ser uma condição herdada de europeus, os casos de Fibrose Cística na Bahia, segundo a dra. Regina Terse, acometem negros e brancos de forma igualitária.

Segundo o último levantamento do Registro Brasileiro de Fibrose Cística, feito em 2013, o Brasil tem 2.924 portadores da doença, sendo 85% deles menores de 18 anos. A Bahia é o segundo estado brasileiro em número de pacientes com Fibrose Cística, sendo responsável por 12,3% do total de casos no país. E é o terceiro estado em relação ao local de acompanhamento, com 365 pacientes em 2013, atrás apenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

Integrante do Departamento Científico de Pneumologia da Sobape e de Medicina do Sono da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Regina Terse, diz que a Sociedade baiana tem papel preponderante na formação e atualização de profissionais para aperfeiçoar o reconhecimento e tratamento da doença.

“A Sobape tem sido uma grande e eterna parceira neste tema. Nos ajuda na divulgação para a comunidade não médica alertando os pais para o reconhecimento dos sinais e sintomas”, acrescenta.