Sobape vê com preocupação aumento
de homicídios de adolescentes na Bahia |
Tipo de crime cresceu 123,8% no estado entre 2006 e 2016 |
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Publicada em 08/06/2018 |
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A Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) vê com preocupação o aumento expressivo de homicídios de adolescentes e jovens na Bahia entre 2006 e 2016, segundo dados do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado nesta terça-feira (6).
O levantamento mostrou que, no referido período, casos de homicídios na faixa etária de 15 a 29 anos cresceram 123,8% na Bahia, sendo o quinto maior aumento do país.
“Vemos com tristeza e bastante preocupação a ausência de políticas públicas que ajudem a conter a insegurança e que garantam qualidade de vida e promovam a formação dessas pessoas”, pontua a presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez.
Somente em 2016 foram 4.358 homicídios, o que coloca a Bahia como líder do ranking nacional de crimes contra jovens e adolescentes. No mesmo ano, o Brasil registrou pico histórico de 33.590 vítimas nesta faixa de idade.
Menores de 14
Apesar de o Atlas da Violência não apresentar um capítulo específico sobre a situação que envolve menores de 14 anos, a presidente da Sobape destaca que essa é uma faixa etária que também merece muita atenção. “Esses jovens deveriam estar na escola e vivendo com suas com suas famílias, o que sabemos que não é uma realidade para a maioria, sobretudo nas comunidades mais carentes”, pontua.
Dolores Fernandez cita como uma ação positiva a implantação do Projeto Pacto pela Vida em algumas comunidades em Salvador. “Onde o programa foi implantado pelo Governo do Estado, os registros de homicídios são menores. É uma pena que isso não seja uma realidade em muitos municípios, o que acaba contribuindo para elevar esse indicador de violência”, comenta.
A presidente da Sobape chama a atenção para a redução de investimentos anunciada pelo governo federal no final de maio como estratégia para compensar o subsídio de R$9,5 bilhões à redução do preço do diesel, o que atinge diretamente os programas sociais.
“O cancelamento de gastos em programas públicos anunciado chega a R$1,2 bilhão, o que vai prejudicar sobremaneira as ações pela redução da violência no país”, ressalta. “Isso agrava ainda mais a situação, pois não será dada a assistência a adequada às populações, sobretudo àquelas em vulnerabilidade social”, avalia.
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