A experiência brasileira de vacinação fracionada contra a febre amarela na epidemia de 2017 será um dos destaques do 20º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica (Infectoped), que acontece entre os dias 14 e 17 de novembro, em Salvador.

O tema estará em pauta no curso pré-congresso “Febre amarela: situação atual”, ministrado pelo médico José Geraldo Leite, membro do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). As inscrições estão abertas no site: www.infectoped2018.com.br, onde é possível acessar a programação completa.

Segundo o especialista, o significativo aumento no número de casos da febre amarela no país ao longo dos últimos anos, principalmente na região Sudeste, tem despertado atenção de diferentes setores da saúde pública.

“O ressurgimento de uma doença que tinha desaparecido das áreas urbanas há décadas trouxe novas discussões e também aponta para a necessidade urgente de as classes médica e acadêmica repensarem novas formas de lidar com a questão”, pontuou.

De acordo com o José Geraldo, a principal medida de prevenção contra a doença continua sendo a vacinação em massa da população, com foco nas pessoas que vivem ou que visitam com frequência áreas rurais, sobretudo nas localidades onde foram registrados casos de febre amarela. Além disso, ele diz que outros fatores de natureza climática e ecológica, por exemplo, também podem contribuir para o aumento de casos.

“Em 2017, para que o governo conseguisse dar conta da vacinação, foi necessário lançar mão de um estoque relativamente pequeno de doses e transformá-lo em vacina para todos. Essa dose fracionada utilizada no Brasil já comprovou ser eficaz e deve ser tomada. Foi uma medida necessária para se alcançar esse número gigantesco de pessoas imunizadas”, explica o pediatra.

DOSE DE REFORÇO - A dose fracionada da vacina gera uma proteção equivalente à imunização da dose padrão durante oito anos. Segundo as recomendações atualizadas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e recentemente adotadas pelo Ministério da Saúde, aqueles que receberam a dose padrão da vacina não precisam de reforço. “Esta é a indicação após constatadas evidências de imunidade duradoura. Dessa forma, mais pessoas terão a possibilidade de tomar pelo menos uma dose da vacina”, salienta José Geraldo.

Além da febre amarela, também serão abordados no 20º Infectoped temas como “Tratamento de Infecções Ósseas em Crianças”; “Infecções Estreptocócicas”; “Avanços no Controle de Antimicrobianos no Hospital”; “Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento da Tuberculose”; “Manejo de situações clínicas frequentes”, entre outros.

SERVIÇO: O 20º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica é uma realização da SBP em parceria com a Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape). As inscrições podem ser efetuadas com desconto até o próximo dia 1º de novembro no site www.infectoped2018.com.br.