Comportamento autista é tema
de aula do professor Mark Simms
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Atividade lotou o auditório da Sobape de profissionais que trabalham com desenvolvimento infanto-juvenil
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Publicada em 14/02/2019 |
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Fotos: Paulo Macedo
Ficou pequeno o auditório da Sobape, com capacidade para 60 pessoas, durante a aula do professor norte-americano Mark Simms, na noite desta quinta-feira (14). Uma das maiores autoridades em autismo dos Estados Unidos, o diretor médico do Serviço de Desenvolvimento Infantil do Hospital da Criança de Wisconsin (EUA) falou sobre "Quando o comportamento autista sugere uma doença que não é o autismo clássico".
Coordenada pela pediatra Candice Barros, a aula reuniu pediatras, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais que cuidam do desenvolvimento de crianças e adolescentes. O objetivo foi auxiliar os profissionais na identificação pacientes com condições que podem sugerir autismo clássico, diferenciando-os dos que apresentam outros transtornos de neurodesenvolvimento.
Ao agradecer ao palestrante, a presidente da Sobape, Dolores Fernandez, destacou a importância dos pediatras no diagnóstico e pediu que eles voltassem a investir na puericultura, o que ensina a compreender a variação da normalidade do ser humano, da criança ao adolescente. “Essa prática faz toda diferença no diagnóstico e nos permite, por exemplo, identificar uma criança ativa, evitando tachá-la de hiperativa”, disse Dolores, destacando que aula do professor Simms ajudou a abrir a mente dos profissionais que cuidam de crianças e adolescentes, sobretudo do pediatra.
Sinais
Transtornos de linguagem, déficit de visão, deficiência intelectual, dificuldade de comunicação pragmática, transtorno de apego reativo e mutismo seletivo foram condições abordadas pelo professor Simms como sinais que podem indicar condições normais e que acabam dificultando o diagnóstico do autista, induzindo a um falso positivo.
“Por algum tempo, se utilizava a expressão ‘meio autista’, mas isso é como dizer que existe alguém ‘meio grávida’. Ou a criança é ou não é autista, embora existam sintomas leves, moderados e severos”, explicou, fazendo referência ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
Especialista em distúrbios do neurodesenvolvimento e mestre em saúde pública, Mark Simms disse que as causas do autismo não estão totalmente definidas, mas os estudos apontam que a questão genética tem grande influência e comprovam que o autismo não está associado à falta de afeto, o que desfaz o mito da “mãe-geladeira”.
Simms falou sobre a importância do olhar do pediatra, que tem contato constante com as crianças, em diferentes situações, o que ajuda a perceber algum sinal anormal no comportamento. “É necessário avaliar de forma completa, intensa e com muito cuidado, mesmo que isso demore um pouco mais. Sabemos que há uma grande pressão pelo diagnóstico precoce, mas, se há dúvidas, é preciso monitorar mais, aguardar”, aconselha, lembrando que “em algumas crianças, de forma muito rara, o autismo pode desaparecer. Porém, trata-se de uma condição crônica, que varia quanto à gravidade”.
Exposição
O artista plástico Elinaldo Costa fez uma homenagem ao professor Mark Simms, apresentando a exposição “Mergulho no Subconsciente". Os quadros, em acrílica sobre tela, foram pintados a partir do tema da palestra do norte-americano.
“Doutora Dolores já conhecia meu trabalho e me convidou para estar aqui hoje, apresentando as novas telas feitas dentro do tema”, disse o artista baiano de 58 anos, que pinta desde os 17. Elinaldo conta que, antes dessa mostra, fez uma exposição com telas que reforçavam o combate ao trabalho infantil.
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