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Falta de estrutura dificulta assistência neonatal no Sertão pernambucano
Publicada em 03/05/2019


 

A mortalidade neonatal é o principal componente da mortalidade infantil no País desde a década de 1990, mantendo-se em níveis elevados. Dados do Ministério da Saúde apontam que a taxa de óbitos nesta etapa da vida é de 9,9 bebês a cada mil nascidos vivos. No interior de Pernambuco, no entanto, a taxa de mortalidade neonatal é de 13 casos para cada grupo de mil nascidos vivos, e a taxa de mortalidade perinatal é de 22 por mil nascidos vivos, o que tem preocupado os pediatras da região.

Contra esse quadro, um trabalho diferenciado tem sido conduzido pelo dr. Janilson Barros de Sá nas cidades de Ouricuri e Salgueiro, no Sertão pernambucano. Ambas as cidades ficam a mais de 600 km de Recife, capital do estado. O pediatra, que é instrutor do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (PRN-SBP), tem atuado na região para ampliar o número de profissionais capacitados a salvar a vida de recém-nascidos logo no primeiro minuto de vida.

“O PRN está ajudando as nossas crianças e os profissionais que residem nas cidades distantes da capital. Desde quando entrei no Programa, a convite da dra. Danielle Brandão, conseguimos realizar diversos cursos em Salgueiro, Araripina, Ouricuri, e temos conseguido treinar profissionais técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, para que consigamos dar uma melhor assistência ao recém-nascido” relata.

Para o dr. Barros, no entanto, o número de instrutores no interior do estado ainda é insuficiente. “Atualmente, temos 44% de cobertura para esse tipo de atendimento. Porém, a meta do Programa é ter pelo menos um instrutor para cada hospital com mais de mil nascimentos”, frisa. Ele reforça que a intenção do grupo do PRN em Pernambuco é interiorizar os instrutores e fixá-los em cada regional de saúde, em cada hospital de referência que tenha um grande volume de partos e que precise da assistência neonatal.

Formado pelo Hospital Barão de Lucena, dr. Janilson Barros de Sá é especialista em Neonatologia pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Trabalha como pediatra e médico assistente na sala de parto do Hospital Fernando Bezerra, em Ouricuri, cidade onde reside. Atualmente também é pediatra emergencista e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal no Hospital Inácio de Sá, em Salgueiro.

INFRAESTRUTURA – Os problemas no Sertão pernambucano não se restringem somente à falta de profissionais capacitados para atuar na assistência neonatal. Segundo o especialista, a precariedade dos serviços públicos de saúde também dificulta o momento crucial da vida de um bebê.

“A distância dos grandes centros dificulta muito o acesso imediato para transferir essas crianças para uma UTI neonatal de porte avançado em um hospital de referência, pois temos que ter recursos para transferência, para conseguir estabilizar os recém-nascidos graves dos nossos hospitais para uma unidade de referência, como o Hospital Dom Malan, em Petrolina”, explica.

POLÍTICAS PÚBLICAS – Para reverter esse déficit de UTIs neonatais, o dr. Janilson Barros de Sá é enfático. “Precisamos que os governantes tenham uma atenção maior para o cuidado com a saúde materno-fetal, fortalecendo a Rede Cegonha, melhorando o Programa Mãe Coruja, aumentando o acesso aos leitos de gestação de alto risco e de alto risco neonatal. Além disso, é preciso também melhorar a infraestrutura hospitalar com insumos, remuneração adequada e incentivo à permanência e fixação dos profissionais no interior”, finaliza.

Fonte: SBP

 
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